segunda-feira, 18 de março de 2013

Caetano Veloso - Chega de saudade (HQ)

By Marco Gemaque  Se há um estilo que desafia o incerto, é o Jazz. Tom Jobim disse certa vez que nunca tocou Garota de Ipanema igual, sempre enveredou para outras notas e notas ... Nascendo até outras músicas. Então, como definir o jazz: "o desafio reincidente da incerteza ou um desejo reincidente de fazer arte". Outrossim, deve ser por isso que os pais do Jazz brasileiro nunca paravam com mulher ou, conforme disse Vinícios de Moraes, que seja eterno enquanto duro: o amor ou o Jazz (Bossa Nova)

quarta-feira, 13 de março de 2013

A LITERATURA MULTIDISCIPLINAR



A LITERATURA MULTIDISCIPLINAR

                                                                                                    De  Marco Gemaque 

               – Cabe, porventura, à literatura uma função social?
            Não há um contraponto em qualquer afirmação sem uma base multidisciplinar. Ou sem uma visão ampla de tudo que nos cerca. Erradamente, sempre há perguntas que levam a erradas respostas. Afinal, uma ótima resposta já começa com uma boa pergunta a ser respondida. Ou uma pergunta mais completa.
         Vamos a algumas perguntas erradas que geram respostas erradas: Cabe, porventura, ao colégio uma função pedagógica ?;  Cabe, porventura, à família  uma função pedagógica?; Cabe, porventura, à televisão uma função pedagógica  ? Cabe, porventura, à leitura uma função educacional ? (...) E, finalmente, cabe, porventura, à literatura uma função social?
            Ademais, na maioria das vezes, perguntas erradas geram respostas sectárias ou maniqueístas: Sim ou não; certo ou errado; é isto mesmo e basta ou não é isto e basta, etc. Ainda que a resposta seja em forma de uma tese com 2.000 palavras, ainda assim, o resumo, significará sim ou não, pois a essência da resposta ainda persiste em lembrar o passado ou  2.000 mil anos atrás.    
          Aliás, porventura, o dualismo ou maniqueísmo  limitou a humanidade a perguntas como: Deus existe ? O diabo existe ? Para aonde vamos ? Existe vida em outros planetas?, etc.
          Não obstante, essas perguntas foram feitas na época certa e no lugar certo: o antigamente ou quando o mundo era disciplinar demais ou “monodisciplinar”. Na época do antigamente, a filosofia era a única ciência: a panaceia para todos os males e a ciência terminaria no cartesianismo. Não haveria mais nada a ser descoberto ou todas as perguntas foram respondidas.  
         Perguntas maniqueístas e cartesianas incutiram, e incutem ainda, a humanidade a responder, respectivamente, respostas pré-históricas e respostas da idade das trevas.
           Nos dias de hoje, não posso ler ou criar algo, cujo tema é a coisificação do homem, sem analisar, por exemplo, os prós e os contras que a indústria automobilista trouxe para a humanidade. Os prós e os contras feitos à guisa multidisciplinar.
            Se eu destilar a esmo o sectarismo, como autor ou leitor, estou indo para um destino sem chegada, pois sem o avanço das grandes navegações, por exemplo, não estaria a navegar na Web nos dias atuais.
            Eis o ponto: se eu fizer uma pergunta multidisciplinar, eu terei um resposta multidisciplinar ou resposta com bom senso multidisciplinar.    
             Analogamente, uma resposta multidisciplinar é um motorista de um carro que olha para todos os lados, ou seja, sabe para aonde vai e de onde veio. Agora, uma resposta “monodisciplinar” é um motorista que olha somente para o retrovisor, não sabe para aonde vai. Sabe apenas de onde veio.
           Se a literatura, ou qualquer área do conhecimento, conjugar a sua importância com a importância do colégio  e família, com a importância da televisão e do livro ou leitura multidisciplinar, ela terá uma função social completa ou um motorista atento para todos os lados: sociocultural, psicossocial, sociopolítico, socioambiental (...) “sociomultidisciplinar”
            Então, a pergunta correta é “Cabe, porventura, à literatura multidisciplinar  uma função social?” Cabe. E a literatura multidisciplinar é um contraponto para a visão limitada da realidade sectária que, séculos por séculos, insiste em dirigir a nossa educação ou perguntar e responder por nós, pela educação atual.


O TEMPO DEVE PARAR PARA O HEDONISMO RESPONSÁVEL


O tempo deve parar para o hedonismo responsável         



O TEMPO DEVE PARAR PARA O HEDONISMO RESPONSÁVEL         
                                                                                                   De Marco Gemaque     

             Se o pastor Marcos Feliciano, presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, é racista, homofóbico  ou não, etc, não é meu medo. Meu grande medo e pavor são os “ heróis” que sairão desta estrovenga: o medo de aproveitar-se da nossa tendência quase retardada ao sectarismo.  Isto sim é pior, pois a gritaria, às cegas, acerca de uma frase descontextualizada e infeliz no Twitter com 140 caracteres – é ficar limitado ao exercício do analfabetismo funcional. Ou analfabetismo funcional e ficcional de figuras públicas e midiáticas que só sabem twittar o  monossilábico: “ ele é homofóbico e racista; esse pastor é escroto sem noção; ele é um e dois e três filho da mãe e assim vai até não chegar a lugar nenhum.
              Aliás, chega-se a um “sem pódio de chegada ou beijo de namorada” como escreveu  Cazuza numa canção que é a cara dos anos 80: “O Tempo Não Para”. Esta letra que é uma grande confusão quando o poeta do rock se metia a falar sobre política, a refletir muito bem a personalidade do autor da letra e à guisa de pensar da época: a política de miolo mole.  O excerto supracitado do hedonismo irresponsável da Idade Contemporânea é eco de um poema mal interpretado de Horácio, poeta da antiga Roma, que escreveu acerca do hedonismo responsável ou sem perder o foco no futuro: o famoso Carpe diem ou colhe o dia.
            O  Carpe diem mal interpretado e distorcido – alimento do sectarismo ao longo dos tempos – contribuiu para matar os nossos heróis, conforme  o próprio Cazuza novamente: “ Meus heróis morreram de overdose”, inclusive ele, morto pela mesma dose, que queria beber ou viver como se fosse a última vez.  Não foi herói dele mesmo.
            E mais, o hedonismo irresponsável deixou esquizofrênico grande parte do corpo docente do País e, consequentemente, o  discente, com uma interface política  e pedagógica, cujo tempo parou negativamente. Parou no epicurismo World Wide Web, ou seja, pessoa dada aos deleites do Ctrl C e Ctrl V; parou na omissão institucional que deixa a cocaína chegar até a mesa do Chorão anti-herói dele mesmo, etc.
            Nossos maiores inimigos não estão no Poder, e sim nos estamentos seculares que não nos deixam ser mais fortes que os nossos heróis postiços achados nas páginas das ruas da internet. E não nos deixam ser heróis de nós mesmos. Se não sermos heróis de nós mesmo, toda percepção e crítica  sobre o mundo tornar-se-ão comprometidas.