quarta-feira, 13 de março de 2013

O TEMPO DEVE PARAR PARA O HEDONISMO RESPONSÁVEL


O tempo deve parar para o hedonismo responsável         



O TEMPO DEVE PARAR PARA O HEDONISMO RESPONSÁVEL         
                                                                                                   De Marco Gemaque     

             Se o pastor Marcos Feliciano, presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, é racista, homofóbico  ou não, etc, não é meu medo. Meu grande medo e pavor são os “ heróis” que sairão desta estrovenga: o medo de aproveitar-se da nossa tendência quase retardada ao sectarismo.  Isto sim é pior, pois a gritaria, às cegas, acerca de uma frase descontextualizada e infeliz no Twitter com 140 caracteres – é ficar limitado ao exercício do analfabetismo funcional. Ou analfabetismo funcional e ficcional de figuras públicas e midiáticas que só sabem twittar o  monossilábico: “ ele é homofóbico e racista; esse pastor é escroto sem noção; ele é um e dois e três filho da mãe e assim vai até não chegar a lugar nenhum.
              Aliás, chega-se a um “sem pódio de chegada ou beijo de namorada” como escreveu  Cazuza numa canção que é a cara dos anos 80: “O Tempo Não Para”. Esta letra que é uma grande confusão quando o poeta do rock se metia a falar sobre política, a refletir muito bem a personalidade do autor da letra e à guisa de pensar da época: a política de miolo mole.  O excerto supracitado do hedonismo irresponsável da Idade Contemporânea é eco de um poema mal interpretado de Horácio, poeta da antiga Roma, que escreveu acerca do hedonismo responsável ou sem perder o foco no futuro: o famoso Carpe diem ou colhe o dia.
            O  Carpe diem mal interpretado e distorcido – alimento do sectarismo ao longo dos tempos – contribuiu para matar os nossos heróis, conforme  o próprio Cazuza novamente: “ Meus heróis morreram de overdose”, inclusive ele, morto pela mesma dose, que queria beber ou viver como se fosse a última vez.  Não foi herói dele mesmo.
            E mais, o hedonismo irresponsável deixou esquizofrênico grande parte do corpo docente do País e, consequentemente, o  discente, com uma interface política  e pedagógica, cujo tempo parou negativamente. Parou no epicurismo World Wide Web, ou seja, pessoa dada aos deleites do Ctrl C e Ctrl V; parou na omissão institucional que deixa a cocaína chegar até a mesa do Chorão anti-herói dele mesmo, etc.
            Nossos maiores inimigos não estão no Poder, e sim nos estamentos seculares que não nos deixam ser mais fortes que os nossos heróis postiços achados nas páginas das ruas da internet. E não nos deixam ser heróis de nós mesmos. Se não sermos heróis de nós mesmo, toda percepção e crítica  sobre o mundo tornar-se-ão comprometidas.

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