quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A Fome Como Método Interminável Dentro Da Gente



Por Marco Gemaque 
Para Drummond (As sem-razões do amor),
João Cabral de Melo Neto (Os Três Mal-Amados),
Lília Diniz (SEM DÓ, NEM PIEDADE)
e Marcos Tavares (ANDRO CÉU).



Ou se morre
De fome, ou se morre
De amor, ou de fome de amor.

Porém, perigosamente o mais, o mais
Gostoso.....dos amores de morte: a paixão
-de uma fome reincidente:..........todo desejo

A fome que é prima....da....morte...e...da vida
E da morte pecadora. Ainda  que a neguemos,
O desejo continua, nua e crua, a cada...instante

-De gula ou de paixão; De amor....ou...de fome
Se vive, se  morre,......se mata pela boca(...)
Pois, a volúpia é um desejo de morte:...

Tudo que   é  sólido              Tudo que é  se   dissolve
e queima  como  um fogo corre
como um rio em    sangue
com  um    cocheiro

sem   ouvidos
sem     olfato
sem    visão
sem      fala.

Ou se morre
de    g u l a;
ou se morre
de       amor,
a  p a i x ã o
me  espremeu
em finas fatias
pra  gula cortante
de     meus   olhos
eretos: voo  águia  ...

fá-lo ereto de rapina.
D e s e j o   enfurecido
De viver a dor da fome

que comeu meu nome,
minha    identidade,
minha  vontade,
e  meu ser.

Bon Apetit !

                                                                  

2ª Menção Honrosa no XXXVI Concurso Literário Felippe D’Oliveira, promovido pela Prefeitura de Santa Maria através da Secretaria de Município da Cultura na edição de 2013.




quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Lado Bom da Vida




Por Marco Gemaque

O filme se passa na era do iPod e notebook com memória flash, quero dizer, a nossa era; porém Pat e Tiffany se comunicam, e se apaixonam, com a nossa antiga e velha e romântica carta, escrita em um computador, ainda assim é carta. 

Eis a grande sacada do filme ou sua subjacência morfológica, refletida na confusão, bem bolada e original, da música escolhida para a competição: um pot-pourri - cuja mensagem quer dizer que somos todos normais num mundo ensandecido - e há espaços para todos: para o Latin soul de Don't You Worry 'bout A Thing (Stevie Wonder), para o Garage punk de Fell in Love with a Girl do The White Stripes, para o Jazz de Maria do The Dave Brubeck Quartet, para os passos de Fred Aster, da Valsa, do Rock and Roll, do Mambo, Rip Rop, samba, etc. E de uma nova forma de dança: Tiffany fazendo de Pat uma barra de Pole Dance. Moral da história, o Lado Bom Da Vida ou o Guia Para Um Final Feliz, é misturar tudo isso. 

Não poderia esquecer de Ernest Hemingway, que foi jogado janela afora, ou contrariá-lo-ei: “Se as duas pessoas se amam uma a outra, pode sim haver final feliz”.