sábado, 16 de junho de 2007

A paneleira

A paneleira

Cavar-te com as mãos de poeta

extraiu da argila a idéia de tua face

e eu cuité , amassar-te exato com sincera água,

com a pedra e faca só lâmina te esculpir,

sopro a mais louca e leve inspiração

e ainda em botão lamber-te seculares

de minha fome por todos

e enxugar o seco do imaginário

e nesse vazio seco eu, colher-te os talos e folhas secas

do esboço de tua imagem que parece porcelana de céu

tão pura tão forte peitos e braços ao ar livre,despejo palavras

que remexo e te mexo perspectiva à luz do holismo te queimo,

além do outro lado e do nosso lado

entre talos e folhas no fogo que nos mata e renasce,

vens em fumaça de nuvens que açoita a minha cons(ciência)

em minhas mãos calo eu ,que a meu corpo fênix

qual poema utilitário que celebro e abraço :
sfumato apuro.
Sfumato – palavra italiana que significa fumaça ou a “ técnica do sfumato “ usada pela primeira vez por Leonardo da Vinci que teve sua primeira aparição na Monalisa .

Menção honrosa no 1º CONCURSO NACIONAL DE POESIA - COLATINA 2006
Este evento teve, 606 poesias inscritas de 23 estados oriundas de 198 cidades de todo o país. Parabéns ao Departamento Municipal de Cultura de Colatina/ES. A literatura agradece.

Este poema , é uma homenagem à “Dona Antônia Paneleira”,Dona Antônia Alves dos Santos, uma negra descendente direta de africanos, artesã que fabrica a panela de barro em são Mateus, município de Espírito Santo
As panelas de barro do Espírito Santo configuram o primeiro bem cultural de natureza imaterial registrado pelo IPHAN – Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

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