A paneleira
Cavar-te com as mãos de poeta
extraiu da argila a idéia de tua face
e eu cuité , amassar-te exato com sincera água,
com a pedra e faca só lâmina te esculpir,
sopro a mais louca e leve inspiração
e ainda em botão lamber-te seculares
de minha fome por todos
e enxugar o seco do imaginário
e nesse vazio seco eu, colher-te os talos e folhas secas
do esboço de tua imagem que parece porcelana de céu
tão pura tão forte peitos e braços ao ar livre,despejo palavras
que remexo e te mexo perspectiva à luz do holismo te queimo,
além do outro lado e do nosso lado
entre talos e folhas no fogo que nos mata e renasce,
vens em fumaça de nuvens que açoita a minha cons(ciência)
em minhas mãos calo eu ,que a meu corpo fênix
qual poema utilitário que celebro e abraço :
sfumato apuro.
Sfumato – palavra italiana que significa fumaça ou a “ técnica do sfumato “ usada pela primeira vez por Leonardo da Vinci que teve sua primeira aparição na Monalisa .
Menção honrosa no 1º CONCURSO NACIONAL DE POESIA - COLATINA 2006
Este evento teve, 606 poesias inscritas de 23 estados oriundas de 198 cidades de todo o país. Parabéns ao Departamento Municipal de Cultura de Colatina/ES. A literatura agradece.
Este poema , é uma homenagem à “Dona Antônia Paneleira”,Dona Antônia Alves dos Santos, uma negra descendente direta de africanos, artesã que fabrica a panela de barro em são Mateus, município de Espírito Santo
As panelas de barro do Espírito Santo configuram o primeiro bem cultural de natureza imaterial registrado pelo IPHAN – Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
As panelas de barro do Espírito Santo configuram o primeiro bem cultural de natureza imaterial registrado pelo IPHAN – Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
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