Ano: 2008
Banca: CESPE
Órgão: ABIN
Prova: Agente de Inteligência
No
que diz respeito aos direitos e às garantias fundamentais, julgue o próximo
item.
Considere a seguinte situação hipotética. Um romancista famoso publicou, no Brasil, um livro no qual defende a tese de que as pessoas que seguem determinada religião seriam menos evoluídas do que as que seguem outra religião. Nessa situação, tal afirmação poderia ser enquadrada como racismo, embora, tecnicamente, religião não constitua raça.
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Essa
questão nasceu pra não ser marcada, pois a subjetividade é até redundante, o
que começa a dizer que é uma situação hipotética e o personagem é um
romancista, então se deduz que este livro é, no mínimo, um romance, cuja liberdade
do seu conteúdo é defendida tanto pela CF como pela arte.
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Ademais,
num romance, há o predomínio da narrativa em que envolve personagens, o que já
se depreende que o personagem será racista e não o autor, pois não é um ensaio
- espécie de dissertação com pretensão de persuasão ou convencer algo - e nem uma
tese cientifica sobre religiões.
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Imaginem
um romancista ser preso por criar um personagem parecido com o Hitler e ser
condenado por antissemitismo ? Não. Isto
fere a liberdade de expressão artística.
Então,
temos a ocorrência de antinomias entre duas normas constitucionais:
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IX - é livre a
expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
X
XLII - a prática do
racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
Lembrando uma outra
questão do CESPE em que copia Celso Bandeira de Melo:
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“É possível a
ocorrência de antinomias entre as normas constitucionais, que devem ser
resolvidas pela aplicação dos critérios cronológico, da especialidade e
hierárquico.” ERRADO, logo não é o CESPE, com a sua obscura dicotomia de CERTO
ou ERRADO, que vai justificar uma objetividade dentro desta subjetiva questão.
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No entanto, o
CESPE nos ensina que jamais devemos
impor objetividade dentro de subjetividade ou, posso dizer dentro deste
contexto, levar a sério uma obra de ficção. Destarte, nestas duas situações, é
melhor deixar o bom senso, na hora da prova, e deixar a questão em branco ou
não a levar a sério.
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