Nos cinco últimos mandatos
presidenciais, tivemos dois estilos políticos no Brasil: o gerencial (PSDB) e
depois o messiânico e assistencialista (PT). O PSDB, representado por FHC, não enfatizou
o assistencialismo e o PT, representado por Lula, acelerou o assistencialismo e
mistificou a figura de líder salvador da pátria por ser pobre e semianalfabeto
(a cara do Brasil). Agora, só um partido ou uma figura pode parar com o PT.
Alguém entre o messiânico e o gerencial;
alguém entre o pobre e o rico; alguém entre o socialdemocrata e social liberal...
Alguém que não seja sociólogo ou
que tenha lecionado na Universidade de Paris?; alguém que aprendeu tudo só
escutando e que veio da pobreza extrema?; ou alguém que seja mulher e tenha
lutado contra a ditadura?
Nenhum desses; porém, um misto
disso tudo e mais o ineditismo promissor ou o determinismo promissor eleitoral dentro
da nossa democracia fragilizada pelo analfabetismo político: o de ser o primeiro
índio no poder máximo da República? Não. O de ser o primeiro deficiente no
poder máximo da República ? Não. O de ser o primeiro homossexual no poder
máximo da República ? Ainda não. O de ser o brasileiro mais rico do mundo no
poder máximo da República ? Não, Eike Batista “especulou-se” em
pedacinhos.
"Criança geopolítica observando o nascimento do homem novo" de Salvador Dalí |
E nós, brasileiros geopolíticos, observando o nascimento do presidente novo, ratificaremos nossa condição
determinista, a parte mais virulenta do status
quo, e, por conseguinte, quem sabe, pariremos mais um presidente
determinista-político: poliglota, juiz, pobre, rico, inteligente e – com mais uma
marca indelével do Determinismo Eleitoral Brasileiro – negro.
Em 2000 não sei quando, o “partido” de
Joaquim Barbosa: PDEB (Partido do Determinismo Eleitoral Brasileiro) cujo
principal slogan recomendo: “Vote com
a cabeça”.
Aliás, votamos com os olhos,
votamos com a cor da pele, votamos com o jeito de andar e se vestir, votamos
com o fígado (Raiva), votamos com o intestino grosso (Fazer merda), votamos com
o coração (Amor), votamos com as mãos, votamos (ou chutamos) com os pés...
Votamos com todas as partes do corpo; porém, não votamos – com a única parte do
corpo que deveríamos votar – com a cabeça.
Votar com a cabeça é privilegiar todas
as partes do corpo. Sem excluir ninguém: nem podre, nem rico; nem preto, nem
branco; nem homo, nem heterossexual, etc. Não podemos votar em alguém só por ser pobre. Só por ser negro. Só por ser gay. Ou seja, só por ser o primeiro... e o Brasil não ri por primeiro e nem por último.